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(118)

11.07.14

"A um espírito liberal, porém céptico, como era o seu, ocorria-lhe várias vezes a frase de despedida que lhe dissera o administrador da roça Porto Alegre, a primeira que ele visitara: quem fez o mundo foi Deus e não os homens. Foi ele que fez os ricos e pobres, pretos e brancos, e certas coisas, na obra divina, não está ns mãos dos homens alterar. Com efeito: certas coisas não poderiam nunca ser mudadas. Mas também, «com efeito - como declarara na Assembleia Francesa o seu ídolo Victor Hugo - declaro que haverá sempre infelizes, mas que é possível deixar de haver miseráveis."

 

Equador, Miguel Sousa Tavares

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publicado às 14:35

(117)

11.07.14

"- Nunca mais a vejo?

- A mim? Não sei. Quem sabe? Os que não morrem encontram-se, não é verdade?

(...)

- Não, não basta estar vivo. Depende de como se está vivo. Não se encontra só o que se encontra, mas também o que se procura. Nós não somos folhas levadas pelo vento, não somos animais à deriva. Somos seres humanos, com uma vontade própria."

 

Equador, Miguel Sousa Tavares

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publicado às 14:29

(116)

11.07.14

"Era um homem livre: sem casamento, sem partido, sem dívidas nem créditos, sem fortuna nem apertos, sem o gosto da futilidade nem a tentação do desmedido. O que quer que El-Rei tivesse para lhe dizer, para lhe propor, para lhe ordenar, a última palavra seria sempre sua. Quantos homens conhecia ele que se pudessem gabar do mesmo?"

 

Equador, Miguel Sousa Tavares

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publicado às 14:26

(75)

22.11.12

"- Claúdia, não precisas de falar só porque vamos calados. A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silêncio."

 

No Teu Deserto, Miguel Sousa Tavares, p. 97

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publicado às 18:24

(74)

22.11.12

"(...) desisti há muito de entender os deuses, de achar um significado humano para a desordem instaurada pelo divino. Sei apenas, no que aos homens diz respeito, que ficam eternamente jovens os que morrem jovens."

 

No Teu Deserto, Miguel Sousa Tavares, p. 13

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publicado às 18:20

(73)

12.11.12

"Eu sei que algures, mais adiante na minha vida, hei-de encontrar quem esteja em casa à minha espera quando eu chegar. Sim, eu sei, está escrito, é sempre assim. Mas era agora que eu queria não sentir este vazio, não te sentir tão distante, tão longe do deserto. Queria só dar um sentido à nossa viagem. Já sei, já sei que nada dura para sempre - só as montanhas e os rios, meu sábio. Mas o que fomos nós um para o outro: apenas companheiros ocasionais de viagem? Com o tempo contado, com tudo previamente estabelecido e com prazo de validade previsto à partida? Foi só isso, diz-me, foi só isso o nosso encontro? Não ficou mais nada lá atrás, não deixámos nada de nós os dois no deserto que atravessamos?"

 

No Teu Deserto, Miguel Sousa Tavares, p. 111

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publicado às 23:17


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